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Folha-PE
Publicado em 1939, o livro “A Terra dos Meninos Pelados” conta uma história atemporal de respeito às diferenças, cuja metáfora se aplica com perfeição a situações atuais. No teatro, há dez anos o texto recebeu uma adaptação pelas mãos do diretor pernambucano Samuel Santos, que comemora a trajetória da peça com uma nova temporada, a partir de hoje, no Teatro Barreto Júnior.
Enquanto prática, o bullying sempre existiu. Foi só nos últimos anos, no entanto, que o termo ganhou projeção e o problema passou a ter visibilidade digna da sua gravidade. Entre as principais questões levantadas do tema, um dos pontos vistos como cruciais para o combate à discriminação é o fortalecimento de uma cultura de tolerância e aceitação das diferenças. É isso que prega o texto de “A Terra dos Meninos Pelados”.
Na peça, o menino Raimundo sofre com a exclusão à qual é submetido pelo fato de não se enquadrar nos padrões estéticos. Careca e com olhos de cores diferentes, ele cria um mundo imaginário no qual ele não é diferente. No país Tatipurun, todos têm aparência similar à do garoto. Escrito logo após a saída de Graciliano Ramos da prisão política, o texto reflete, além da questão do bullying, a importância da imaginação como transformador social.
Na montagem de Samuel Santos, a trilha sonora é executada ao vivo, pelos atores, e passeia pelos ritmos populares, como a ciranda, indo até o rock. Já apresentada 143 vezes nos seus dez anos de existência, a montagem já foi vista por oito mil pessoas e fica em cartaz até setembro.
Serviço
“A Terra dos Meninos Pelados”
Todos os sábados e domingos, às 16h30
Teatro Barreto Júnior
Ingresso: R$ 10 e R$ 5 (meia)
Informações: 3355 6398