Raquel Freitas
Folha-PE
As redes sociais têm servido como excelente espaço de comunicação no mercado atual. É através delas que muitos empresários buscam alternativas para expandir os negócios, aproximar-se do potencial consumidor e estreitar a relação com os que já são clientes. Mas se engana quem pensa que essas ferramentas podem ser utilizadas de maneira aleatória no campo profissional.
De acordo com a analista de Orientação Empresarial do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae-PE), Conceição Moraes, é preciso que o empresário conheça os seus clientes antes de inserir sua empresa neste tipo de plataforma. “É importante saber o comportamento desse consumidor, quais redes sociais ele utiliza. Caso não as usem, o ideal é investir em sites mais tradicionais”, orienta.
A inserção dos pequenos e médios empresários nesse segmento demanda não só alimentação regular de conteúdos, como também um trabalho efetivo no desenvolvimento da imagem da marca. “O interessante seria o empresário usar uma arte no cabeçalho do Twitter ou do Facebook, informando o horário de funcionamento do atendimento. Isso ajuda o consumidor a ter uma base para o tempo das respostas”, aconselha Conceição.
No caso da iniciante no segmento de fabricação de cupcakes Marcelaine Amorim, da Laine Cake Art, o uso das redes sociais foi crucial para alavancar as vendas dos seus produtos. “Antes, só fazia os cakes para presentear amigos. Com a ajuda do Facebook, passei a pensar na profissionalização da minha atividade. Em algumas semanas, consigo produzir 60 unidades por dia e obter um lucro semanal de R$ 400 em média”, informa. Para Marceline, a escolha de investir em redes sociais tem sido uma alternativa fundamental para poupar gastos com publicidade externa.
Para a microempresária, tanto o perfil quanto a fan page (interface específica para divulgação de uma empresa) do Facebook foram importantes para profissionalização do seu negócio. “A fan page tem uma ferramenta de sorteio que dá mais credibilidade às nossas ofertas. Os clientes passam a perceber que existe uma relação profissional no nosso trabalho”, acrescenta Marcelaine.
De acordo com o sócio-diretor da Iris Agência Interativa (especializada em conteúdo digital), Sérgio Correia, as redes sociais podem servir como um espaço para os empresários conhecerem tudo o que está sendo associado à sua marca. “A preocupação das grandes empresas é sofrer crítica nesses espaços, mas temos que considerar que, se o trabalho for bem feito, existirão alternativas para superar as crises”, pondera.
Caso a opinião desfavorável ocorra, o interessante é que os gestores deem espaço para os clientes opinarem sobre o produto. “Existe o caso de uma empresa que criou uma nova logo - marca visual - e foi bastante criticada. Mas eles se utilizaram desse fato para criar uma agenda positiva, ou seja, abriram debate para o público opinar sobre como eles queriam a nova marca”, exemplifica Correia.
Segundo o sócio-diretor da Iris, a atuação do Restaurante e Pizzaria Atlântico, por exemplo, já é um case de sucesso nas redes sociais. “Chegamos a fazer um concurso para que os clientes escolhessem novos sabores para o cardápio”, garante. Correia ainda ressalta a importância de investimento para o segmento. “As empresas devem tratar as redes sociais como um investimento e não como um custo”, finaliza.
Para Conceição Moraes, do Sebrae, a empresa deve ter sempre coerência na hora de intervir em publicações feitas em redes sociais. “Você precisa ser cordial e atender rápido. O ideal é que se crie um espaço de diálogo para tentar sanar os problemas apresentados pelos consumidores o mais rápido possível”, mensura.