Junho é um ótimo mês para os negócios. Quer aumentar a renda? Este mês oferece o Dia dos Namorados e o São João como possibilidades. O comércio aproveita todas as sazonalidades do ano e, nesta época, enche ruas e lojas de mercadorias focadas nas duas datas. Para aproveitar, vale ser empreendedor, calcular investimentos, buscar empréstimos. O analista de Orientação Empresarial do Sebrae, Luiz Nogueira, diz que há várias possibilidades de negócios: locação de equipamentos para festas ou transporte para grupos, além de customização de roupas juninas e o tradicional comércio de comidas típicas, fogos de artifício e flores.
Nogueira ressalta que é muito importante pensar na sustentabilidade do negócio. “Buscar parcerias com fornecedores para aquisição de produtos para estoque e, se possível, negociar uma consignação. A mercadoria que não for vendida é devolvida, o que reduz a possibilidade de perda. Como o empreendimento é sazonal, é bom comprar quantidades menores”, argumenta.
É também a chance, diz o analista, de fidelizar o cliente. O vendedor Cristiano Passos, 26 anos, que trabalha com vendas de fogos na avenida Beira Rio, no bairro da Torre, diz que a medida funciona até para o comércio temporal. “Meus clientes fiéis voltam todos os anos e chegam a fazer compras de R$ 1 mil”, diz. Nogueira analisa que comércios tradicionais, como padarias, já descobriram e investem nessa demanda fora de época. Segundo Passos, os investimentos nas barracas de fogos variam entre R$ 7 mil e R$ 15 mil e os lucros chegam a ser o dobro. A ressalva, ele diz, são os impostos para montar o negócio: somente a taxa de armas e explosivos chega a R$ 400. “Sem contar com bombeiro, energia e a taxa da prefeitura”.
O estudante Diego Miranda, 18 anos, já trabalha há dois anos com venda de fogos na mesma área e conta que o movimento ainda não se consolidou. “Do que sobra do estoque, parte vai para doação e os produtos que têm prazo de validade são guardados até o Ano Novo, quando voltam as vendas”, diz. Diego afirma ainda que os produtos da barraca variam entre R$ 4 e R$ 170 e que, embora os preços estejam semelhantes aos do São João passado, alguns clientes reclamam.
Nogueira lembra que a Caixa Econômica Federal oferece microcrédito aos empreendedores individuais. “São R$ 300 no cheque especial, R$ 300 no limite de cartão de crédito e mais financiamento pra capital de giro de até R$ 1 mil”, diz, frisando a importância de se organizar para não pôr o recurso a perder. Há ainda opções no Banco do Brasil, nos mesmos moldes, e o Crediamigo, do Banco do Nordeste.
“Todo negócio tem sua dinâmica”, analisa. “Eu compro, vendo, compro novamente e, dentro desse giro, tenho que ter consciência das despesas. Preciso entender que, do lucro gerado, tenho que focar no pagamento do empréstimo”. Nogueira diz que o empreendedor deve fixar sua meta de lucro, verificando todos os débitos e o quanto retirar para si, até para elaborar estratégias de como chegar ao objetivo. O Sebrae dá orientação para esse planejamento. Interessados podem procurar o programa Próprio, através do 0800-570-0800, e se inscrever para o primeiro encontro.