Rodrigo Passos
Folha-PE
Os professores da rede privada de ensino deflagraram greve, ontem, em assembleia realizada no Centro Social Soledade, no bairro da Boa Vista, no Centro do Recife. A ação deixa 480 mil alunos sem atividades em Pernambuco, por tempo indeterminado. A decisão foi aprovada por cerca de 400 professores que participaram da votação e foi tomada depois de 11 tentativas de negociação com representantes do Sindicato dos Estabelecimentos de Ensino Privado em Pernambuco (Sinepe-PE), sem avanços nas reivindicações da categoria.
Representantes do Sindicato dos Professores do Estado de Pernambuco (Sinpro-PE) afirmaram que a principal reivindicação da classe é a unificação do piso salarial em R$ 10 por hora/aula. O piso atual é de R$ 5 por hora/aula para os professores do nível Infantil e Fundamental I e R$ 6,50 para os níveis Fundamenta II e Médio. Além da pauta salarial, os professores exigem pagamento de vale-alimentação, um mês a mais de estabilidade para a professora que retorna da licença-maternidade e redução no desconto de passagem para 3% - atualmente o desconto é de 5%.
Desde o último dia 2 de abril, 11 rodadas de negociação foram realizadas com o sindicato patronal, todas elas sem nenhum avanço. “É preciso que a população entenda que não estamos deflagrando a greve apenas pelo reajuste salarial. Estamos lutando também para que sejam cumpridas cláusulas da nossa convenção coletiva como o direito à creche para as professoras que são mães e o direito à prevenção à saúde, que deveria ser realizado uma vez por ano”, revelou o coordenador geral do Sinpro-PE, Jackson Bezerra.
Os professores realizaram uma caminhada para conseguir atentar a população para a luta. Cerca de 300 profissionais que estavam na assembleia foram acompanhados por três carros de som, carregando faixas e pedindo compreensão da população para a causa. O mote da campanha deste ano é “Sou professor com muito orgulho e exijo respeito”.
O ponto de partida foi o local da assembleia, na rua da Soledade. Os professores seguiram pela rua Gervásio Pires, para conseguir acesso à avenida Conde da Boa Vista. A caminhada se encerrou na sede do Sinpro, nas proximidades da Unicap. Nos municípios de Caruaru e Petrolina também foram realizados encontros com a mesma pauta de reivindicações. Estão programadas para todo Estado mobilizações e piquetes na porta das escolas durante toda semana, com o objetivo de aumentar a mobilização da categoria.