AMANDA SEABRA
Nenhum partido brasileiro vive um momento tão bom quanto o PSB, que pretende aproveitar este cenário para crescer ainda mais no Brasil. Atualmente, os socialistas governam seis estados e têm o governador mais bem avaliado do Brasil, Eduardo Campos, que é também o presidente nacional da legenda. Além disso, o PSB tem o segundo governador mais bem avaliado, Renato Casa Grande, do Espírito Santo, e os dois melhores prefeitos de capitais Luciano Dulcci (Curitiba) e Márcio Lacerda (Belo Horizonte), segundo pesquisas.
Sendo o estado governado pelo líder maior do partido, os olhos estão voltados especialmente para Pernambuco, que atualmente já tem 50 prefeitos socialistas. O partido pretende sair de 2012 com “musculatura”, rumo a 2014, já que o governador é um possível presidenciável. Na última semana, o PSB realizou mais um seminário com o intuito de orientar os seus pré-candidatos tanto para as eleições propriamente ditas, como para a gestão.
O partido está todo mobilizado no sentido de atingir sua meta de crescimento expressivo no Estado, mas as pretensões vão além do crescimento numérico. A ideia é implantar em Pernambuco e no Brasil um padrão de gestão do PSB, uma espécie de marca registrada do modo Eduardo Campos de governar. “Nós não queremos apenas quantidade, queremos gestores que tenham identidade com o partido, compartilhem das experiências exitosas que existem no PSB e comprovam a capacidade de gerenciar que tem a nossa legenda. A gente sabe que o partido tem o que oferecer”, externou o presidente do PSB em Pernambuco, Sileno Guedes.
Sileno, entretanto, reconheceu que expandir o partido no Estado não será uma tarefa assim tão difícil. “O candidato que leva consigo essa sigla e o número 40 tem a vantagem de ter toda essa bagagem de experiências para falar, tem esse acúmulo de ações do governador Eduardo Campos para se espelhar”, afirmou. Apesar do discurso ponderado, os números do partido escancaram as ousadas pretensões do PSB, que é o partido, atualmente, com o maior número de pré-candidatos, de acordo com a direção estadual. A agremiação tem 126 pré-candidatos em Pernambuco. Desses, mais de 80 já estão sacramentados pelo partido e deverão ser oficializados como candidato nas convenções marcadas para junho, o restante está em negociação. A meta comentada nos bastidores do partido é conseguir eleger pelo menos 70 prefeitos este ano.
Para o secretário geral do PSB, Adilson Gomes, o atual momento do partido remete a uma outra boa fase dos socialistas, quando Miguel Arraes era governador, em 1996. “Naquela época a frente não tinha tantos partidos como hoje, mas conseguiu eleger 125 prefeitos, desses 89 eram do PSB. Foi uma fase de grande expansão para o partido”, recordou. Gomes, entretanto, ressalta que foram momentos diferentes e que Eduardo é de uma geração antenada na comunicação e transparência da gestão.