Após quase dois meses reivindicando um reajuste salarial de 5,3%, os metroviários de todo o País poderão decretar hoje, às 18h, em assembleia a nível nacional, uma greve por tempo indeterminado. No Recife, a assembleia acontecerá na Estação Central, com a presença de toda a categoria e da Companhia Brasileira de Trens Urbanos (CBTU). De acordo com os metroviários, as negociações vêm apresentando um índice de 0% de reajuste salarial. “Desde o final de março que estamos reivindicando, mas o que o Governo Federal está propondo é um congelamento dos salários e das nossas vantagens. O governo quer reajuste zero”, disse o presidente do Sindicato dos Metroviários de Pernambuco (Sindmetro-PE), Lenival Oliveira.
A greve, caso decretada, entrará em vigor a partir da próxima segunda-feira, e os trens que circulam em Pernambuco, Paraíba, Rio Grande do Norte, Belo Horizonte, Alagoas e Rio de Janeiro, irão parar de circular. Desta forma, os mais de 250 mil usuários que circulam diariamente na RMR, deverão passar a utilizar outros meios de transporte durante o tempo de paralisação. Para o presidente do Sindicato, esta é a única alternativa dos trabalhadores. “Pedimos desculpas aos usuários, pois sabemos que isso vai afetar na vida das pessoas, mas os trabalhadores não podem ficar parados diante de uma proposta ridícula dessa do Governo. Quem está causando isso são eles (Governo)”, explica.
Entretanto, essa não será a primeira vez que os metroviários irão entrar em greve. Recentemente houve duas paralisações. Em dezembro do ano passado, os trabalhadores reivindicaram segurança devido aos assaltos constantes nas estações e os metrôs ficaram parados apenas por um dia. Já em 2010 aconteceu a última greve por campanha salarial e os metroviários pararam por 11 dias. Os trabalhadores reivindicavam a inflação do período que era de 6,35% e fecharam um acordo coletivo com a CBTU, que foi positivo. Os trens funcionaram apenas nos horários de pico durante a manhã e a tarde, devido a um acordo feito com os funcionários.
“Não sei se isso (funcionamento em horários de pico) acontecerá também este ano. Acredito que as pessoas terão de utilizar os ônibus, táxis ou carros particulares”, informou Lenival. “Acho pouco provável não conseguirmos resultado na nossa reivindicação. Caso isso aconteça, a decisão irá para o Tribunal e geralmente quando isso ocorre, os tribunais garantem, no mínimo, a reivindicação da inflação, que hoje é de 5,13%”, adianta o sindicalista, a respeito da possível greve a ser decretada.
A CBTU/Metrorec e o Grande Recife Consórcio de Transporte (GRCT) informaram que só entrarão com um plano de ação emergencial caso a greve seja realmente decretada.
Folha-PE