Folha de São Paulo
O contraste entre a turbulência vivida fora do Brasil, em especial em uma Europa com índices de desemprego crescente, e a sensação de bem-estar econômico do brasileiro levam a população a creditar à presidente Dilma Rousseff e sua equipe a blindagem do país e isso explica o salto na aprovação pessoal dela mostrado em uma pesquisa nesta quarta-feira (4).
Segundo levantamento CNI/Ibope, a aprovação pessoal da presidente subiu para 77% em março, ante 72% em dezembro, e a avaliação positiva do governo se manteve estável em 56%. Para analistas ouvidos pela Reuters, a crise financeira internacional ajudou a alavancar a popularidade de Dilma.
"Há uma atmosfera de que nada está acontecendo de dramático no país. O povo vê a crise lá fora mas não aqui, e isso é atribuído a ela [Dilma]", disse o cientista político Bolivar Lamounier.
Para o diretor do comitê operacional da consultoria de segurança estratégica Eurasia, Christopher Garman, o governo também ganha porque uma crise externa diminui a expectativa da população sobre a administração local.
"O que importa [para a população] é onde está indo a renda real e o desemprego", disse Garman.
O mercado de trabalho e o ganho na renda real --neste início de ano especialmente de quem ganha salário mínimo--, fizeram com que a notícia da manutenção dos índices de aprovação não surpreendessem o governo. No Planalto, os índices foram comemorados com discrição, de acordo com fontes ouvidas pela Reuters.