Ney Latorraca Brilha na Segunda Noite do Cine PE e Recebe Troféu Calunga

Antônio Assis
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Paulo FloroNE10

Ney Latorraca foi um dos destaques da segunda noite do Cine PE. O ator subiu ao palco do Teatro Guararapes, no Centro de Convenções, em Olinda, para receber o seu troféu Calunga de homenageado este ano. "Estou carente e preciso muito de carinho", disse antes de receber vários aplausos de pé e público aos gritos. A recepção calorosa foi potencializada pelo carisma de Ney, que nos poucos minutos em que esteve no palco soltou diversas tiradas cômicas. Esta sexta, o festival registrou um público bem maior que a abertura, com lotação esgotada para o longa em competição, Paraísos Artificiais. 

Ney recebeu seu prêmio-homenagem das mãos do crítico de cinema Rubens Ewaldo Filho, amigo com quem já dividiu um grupo de teatro. Aos 68 anos, o ator comemora 45 anos de carreira e aproveitou para agradecer aos diretores que o levaram para tela grande, como Ruy Guerra, Bruno Barreto e em especial, Paulo César Saraceni, morto recentemente. 

"Fico feliz de estar entre homenageados como Fernando Meirelles e Cacá Diegues este ano, com quem ainda não tive o prazer de trabalhar. Aliás, já me convidei para participar de filmes com eles", confessou no palco. O festival irá exibir na terça-feira (2) O beijo no asfalto (1980), uma das mais conhecidas atuações de Ney Latorraca nos cinemas, como parte das homenagens ao ator. 

O dia teve como destaque da competição o longa Paraísos artificiais, de Marcos Prado. Rodado em grande parte na Reserva do Paiva, no Litoral Sul do Estado, o filme usa como pano de fundo o universo da música eletrônica para focar na vida de jovens que vivem uma história de amor, mas precisam lidar com traumas ocorridos no passado. Ao subir no palco do teatro, o diretor lembrou que se tratava de um "filme sensorial". Ou seja, uma parte considerável do longa foi utilizado para tentar reproduzir uma experiência das viagens psicodélicas causadas pelas substâncias tomadas pelos personagens.

A película começa um tanto confusa, mas começa a ganhar ritmo à medida que se aproxima do desfecho. É prejudicada apenas por algumas construções bem previsíveis na trama. A atriz Nathalia Dill brilha na tela como uma DJ que se apaixona por um homem durante uma rave no Paiva e o re-encontra anos depois na Holanda. O público aplaudiu bastante o longa ao final da exibição. Para o público pernambucano, a exibição ganhou um sabor especial pelas cenas locais. Marcos Prado tentou ganhar a plateia ao perguntar: "Quem aqui estava entre os mais de 2 mil figurantes que usamos na praia", no que muita gente respondeu feliz levantando a mão.

O dia foi bem fraco de curtas, com destaque para o pretensioso "Quadros", que arrancou risos da plateia não por seu teor de comédia, mas por sua tentativa frustrada de querer discutir questões metafísicas do universo. "O mar é homem ou mulher", questiona-se em certo ponto. 

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