Ministro Diz Ter Sido Vítima de 'Polêmica Inútil' Com Evangélicos

Antônio Assis
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Nádia Guerlenda
Folha de São Paulo

Em encontro da igreja Assembleia de Deus nesta quinta-feira, o ministro Gilberto Carvalho (Secretaria-Geral da Presidência) afirmou ter sido vítima de uma "polêmica inútil" com os evangélicos.
No Fórum Social em Porto Alegre, em janeiro deste ano, ele havia dito que o Estado devia fazer uma disputa ideológica pela nova classe média, que estaria sob hegemonia de setores conservadores.
"Lembro aqui, sem nenhum preconceito, o papel da hegemonia das igrejas evangélicas, das seitas pentecostais, que são a grande presença para esse público que está emergindo", disse à época.
O episódio causou um desgaste do ministro com o setor evangélico, um dos maiores apoios para a eleição da presidente Dilma Rousseff em 2010. Carvalho, responsável pela interlocução do governo com grupos religiosos, teve que se desculpar publicamente após os evangélicos ameaçarem cortar relações.
No evento de hoje, em que estava o bispo Manoel Ferreira, presidente da Conamad (Convenção Nacional das Assembleias de Deus no Brasil), o ministro renovou o compromisso feito por Dilma antes da eleição em não apresentar projetos de lei sobre questões como casamento homoafetivo e aborto.
Carvalho elogiou a atuação da igreja e defendeu uma parceria entre religiosos e o governo. "Eu não acredito que o Brasil possa mudar sua história se não for com uma forte parceria entre o governo e as igrejas. E a Assembleia de Deus ocupa, nesse aspecto, um papel muito particular", afirmou.
O ministro foi elogiado pelo bispo Manoel Ferreira, que disse ter sido Carvalho o responsável pelo apoio da Assembleia à candidatura de Dilma. "Ele é uma pessoa amável, doce, de fino trato, educado, que abraça todos sem distinção". Ferreira pediu que o ministro fosse aplaudido de pé pela audiência, formada por fiéis de todo o país.