Padilha, da Saúde, encara o lobby do fumo

Antônio Assis
0
Lucas Reginato _247 - O governo brasileiro reagiu à ofensiva da indústria do fumo e decidiu apoiar a proibição de ingredientes flavorizantes em cigarros. A proposta que evitaria elementos como mentol, morango, canela e chocolate havia sido criticada na semana passada por diversas entidades ligadas à produção e comercialização do tabaco – estamparam, por exemplo, um manifesto em página inteira nos principais jornais impressos de São Paulo, além terem redigido à ministra da Casa Civil, Gleisi Hoffman, uma carta com argumentos contra a intervenção da Anvisa – Agência Nacional de Vigilância Sanitária.
O ministro da Saúde, Alexandre Padilha, já havia se manifestado contra os cigarros com sabor no ano passado, mas apenas agora, após o lobby organizado pela indústria do tabaco, que o governo se posicionou explicitamente. Padilha se reuniu com os diretores da Anvisa, onde o assunto tramita internamente, para deixar clara a sua posição e garantir que o processo seja operado corretamente a fim de evitar brechas que permitam que a indústria recorra à Justiça.
O governo pretende reduzir consideravelmente o consumo de tabaco no País. A meta é que a porcentagem de fumantes que hoje é de 15% chegue a 9% até 2022. As autoridades estão cientes de que os ingredientes flavorizantes são porta de entrada principalmente dos mais jovens ao vício.
A reunião que vai deliberar a resolução está marcada para esta terça-feira na Anvisa. Mesmo que a restrição seja aprovada, a medida só deve começar a valer em dois anos – tempo para que tanto o setor como órgãos fiscalizadores se adaptem às novas regras.

Postar um comentário

0Comentários
Postar um comentário (0)