Blog do Antônio Assis

O fraco desempenho dos alunos das escolas públicas de Pernambuco em exames nacionais como o Enem não vai melhorar se eles adquirirem um tablet, equipamento eletrônico que a maioria dos alunos de escolas privadas não tem. Também não deve ajudá-los a aprender a escrever com mais correção, tendo em vista os vícios de linguagem do mundo virtual. Mas o governo avaliou que seria mais interessante fornecer um a cada estudante do que investir na contratação e formação dos professores e na melhoria da estrutura das escolas.
O fato é que 170 mil alunos vão receber esse sofisticado equipamento, mas podem continuar sem professor de alguma disciplina ou estudando em escola sem quadra de esportes ou biblioteca, em espaços improvisados com ventiladores que não funcionam ou desprovidas de segurança. Aliás, segurança é algo em que se pensar. Imagine como esses meninos e meninas serão um alvo fácil, circulando com um computador caro em áreas com alto índice de criminalidade. Sem falar naqueles que podem se sentir tentados a vender o equipamento, mesmo com o chip que o governo diz que vai implantar em cada um para poder rastrear.
Bom mesmo seria assistir aulas com professores motivados em ambientes seguros, como antigamente. Mas, nos tempos atuais, lousa e giz não dão mais ibope. Só alergia.

Claudia Parente

JC nas Ruas