Chamado de incompetente por Paes, ministro adota tom pacífico

Antônio Assis
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Celso Calheiros
Direto do Recife
O ministro da Saúde, Alexandre Padilha (PT), respondeu na manhã desta sexta-feira de forma pacificadora às declarações do prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes (PMDB), que ontem classificou a divulgação do Índice de Desempenho do Sistema Único de Saúde (Idsus) de irresponsável e chamou o ministro de incompetente. "A prefeitura do Rio tem feito o trabalho certo com os investimentos em Saúde", afirmou Alexandre Padilha, em coletiva, depois de visitar o Hospital da Restauração, a maior unidade de saúde do Recife (PE).
Na quinta-feira, Paes se mostrou bastante irritado com Padilha e com o resultado do Idsus, que deu nota de 4,35 (em um índice de 0 a 10) ao Rio de Janeiro, que ficou com o pior índice entre as capitais. "Os dados que o Ministério da Saúde soltou hoje (ontem) são dados mentirosos. Ele (Padilha) não tinha o que fazer e, pra mim, não está investindo nada em saúde, aí ficam soltando pesquisinhas. Pelo menos que faça uma pesquisa bem feita, é o conselho que dou pra ele", disse Paes.
O prefeito alegou que o levantamento não levou em consideração os dados do município no ano de 2011. "O ministro está há um ano e dois meses no cargo e o que ele consegue produzir é uma pesquisa que só leva em consideração dados até 2010. Deveria levar em consideração também 2011. É inaceitável", disse o prefeito, que não poupou as palavras para falar do ministro da Saúde. "Então o ministro não levar em consideração os dados de 2011 é o que? É incompetência para apurar números", disse.
Antes de contemporizar com as afirmações do prefeito Eduardo Paes, o ministro Alexandre Padilha fez uma rápida explicação sobre a necessidade de se utilizar dados de atendimento à saúde de vários anos para se chegar ao Idsus. "O Idsus é uma fotografia, que reflete os anos de 2008 a 2010. É útil para formação de uma política e vai nos auxiliar nisso", explicou, para, em seguida, voltar à polêmica com o prefeito do Rio. "Se fôssemos observar apenas os investimento que o prefeito Eduardo Paes realizou, em 2011, a ampliação no atendimento à saúde da família, o Rio atingiria a média nacional", disse.
O ministro Alexandre Padilha dedicou a manhã desta sexta-feira ao levantamento do SOS Emergências, que define as necessidades do setor de emergência dos hospitais. O Hospital da Restauração é o maior hospital do Recife, em especial, pela demanda da população que procura a sua emergência de forma preferencial.
O método adotado pela secretaria da Saúde de Pernambuco para evitar a superlotação da emergência da Restauração foi criar unidades de pronto atendimento (UPAs) no entorno de hospitais capacitados para receberem os casos que não pudessem ser totalmente atendidos no setor de emergência. Padilha elogiou essa estratégia e anunciou a liberação de R$ 3,3 milhões para reforma da emergência do Hospital da Restauração e das outras unidades que trabalham com atendimento emergencial.
 Especial para Terra

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