Do NE10
Não tem Paul McCartney que atrapalhe show de Chico Buarque ou Los Hermanos que afaste o público do Cirque du Soleil. Num abril gordo de shows e eventos culturais, a coincidência no calendário é benéfica, julgam os produtores: movimenta o cenário, atrai turistas e privilegia quem gosta de bons espetáculos. No bolso dos espectadores, já não pesa mais como antigamente, acreditam os realizadores.
"O mercado brasileiro está muito aquecido. A classe C está consumindo muito entretenimento e tem um poder de compra gigante que não tinha há pouco tempo", diz Ricardo Zonta, coordenador de comunicação da Time For Fun, produtora que traz o Cirque du Soleil ao Brasil. Os ingressos para assistir ao espetáculo Varekai custam de R$ 70 a R$ 560. Valor mais baixo que há dois anos, quando a companhia esteve pela primeira vez na cidade. "Com a queda do dólar, conseguimos gerar maior venda sem a necessidade de cobrar um valor astronômico por isso."
A lona do circo será armada no Recife desta sexta-feira (30) até 22 de abril. Trinta mil tíquetes foram comercializados antecipadamente - a expectativa é que o número chegue a 55 mil. "Não há concorrência direta com os outros eventos que chegam à cidade. O bom do Recife é que é uma cidade central no Nordeste. Vem muita gente de fora. Pessoas que gostam de consumir. Tem público que vai para nosso show, outro que vai para o show de Paul McCartney, e ainda os que vão para os dois", avalia Zonta.