Passeando Pelo Rio Em Compasso da Bossa Nova

Antônio Assis
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José Teles

O jornalista e escritor Ruy Castro, relançou o seu ótimo Rio bossa nova – um roteiro lítero-musical (Casa da Plavra, R$64,90). Um livro que é mais do que um simples guia turístico tendo como leit-motiv a bossa nova. Esta edição revista, aumentada, com ensaio fotográfico, e atualizada;
A idéia do livro nasceu, em 2006, de um comentário feito por um inglês. Ele se queixava de que na terra onde nasceu a bossa nova, ele não a ouvia em canto algum. Ora, em Caruaru, a Capital do Forró, não se vê com facilidade sanfoneiros, assim como, para citar um exemplo local, tampouco se ouve frevo nas ruas do Recife: “Nas suas delirantes fantasias, o gringo achou que iria por os pés no Rio e, já no aeroporto, a garota de Ipanema viria sentar-se no seu colo cantando O barquinho, e quem sabe, enrolando no seu pescoço um colar de havaiano”.
Rio bossa nova é um guia turístico, indicado àqueles que querem saber da bossa nova. Caminhos, ruas, bares, casas onde ela é, ou foi tocada. E não para apenas para, literalmente, inglês ver, como ressalta Castro: “É também para cariocas que preferem queixar-se de que não sobrou mais nada, em vez de olhar em torno e constatar o quanto de sua juventude ainda está de pé e, em muitos casos, funcionando”. Ao mesmo, avisa, o guia não tem a pretensão de ser um guia completo de onde se toca bossa nova no Rio – até pela efemeridade dos lugares.
O city tour com acordes dissonantes, começa, naturalmente, no Galeão, o aeroporto citado no Samba do avião, de Tom Jobim (no verso: “Dentro de mais um minuto estaremos no Galeão”), que o compositor disse certa vez que era a única saída para o músico brasileiro. Pode continuar sendo, mas não cabe mais na letra da composição, porque foi rebatizado de Aeroporto Internacional Galeão Antonio Carlos Jobim. Um dos raros que não receberam nomes de políticos ou de alguma patente militar.

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